segunda-feira, 26 de abril de 2010

que solidão errante até tua companhia

Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,

que solidão errante até tua companhia!

Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,

Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.

Em taltal não amanhece ainda a primavera.

juntos desde a roupa às raízes,

juntos de outono, de água, de quadris,

até ser só tu, só eu juntos.

Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,

a desembocadura da água de Boroa,

tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos

pensar que separados por trens e nações

com todos confundidos, com homens e mulheres,

com a terra que implanta e educa cravos.

Pablo Neruda

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